Os conhecimentos que demonstrou fizeram dele uma figura de referência ao longo da viagem. As histórias que foi contando, as experiências que partilhou e os locais mais escondidos que mostrou fizeram desta visita de estudo ao Concelho de Ponta Delgada, uma descoberta constante de saberes, durante 35 anos acumulados enquanto motorista, ao serviço da Câmara Municipal.
Em troca ouviu falar de Abrantes por onde passou já lá vão muitos anos, aquando do cumprimento do serviço militar.
Passámos pela Lagoa do Canário e pela sua floresta repleta de musgo farfalhudo e húmido, que outrora servia para encher colchões.
Arrastando a voz com um sotaque próprio dos Açores contou melhor do que ninguém a lenda das Sete Cidades. O silêncio abateu-se sobre o autocarro e a emoção quase fazia tingir as lagoas de outras cores que não o azul dos olhos da princesa e o verde dos olhos do pastor.
Uma emoção que também os acompanhou na passagem do túnel de escoamento das águas das lagoas, passando 1200 metros de comprimento na mais profunda escuridão e encharcando os pés até aos tornozelos.
Vistas maravilhosas, “cones” de antigos vulcões, florestas densas e diversificadas, gente boa e simpática foram constatações constantes.
A tarde terminou com uma “banhoca” nas piscinas da praia de Capelas e a noite na festa no mesmo local, à beira mar, comendo frango assado, para variar e recordando os baleeiros de outras eras e ouvindo os Deolinda.
E meia volta, volta e meia voltámos ao saco-de-cama afastando as baratas mais curiosas.
Mais um dia que termina e já o seguinte se imagina
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