Escuteiros na Bairrada:
Uma atividade de barriga cheia!
Habituados à dureza das suas atividades, do tipo “Scout Rangers” e com a agravante das péssimas previsões meteorológicas, poucos foram os Exploradores da Expedição de Santo António, do Agrupamento de Escuteiros n.º 697 de Rossio ao Sul do Tejo, que aderiram à atividade “Scout Rangers IV- Segue a tua FÉ!”, realizada no passado fim de semana, de 23 e 24 de março, na Bairrada, uma das povoações da Freguesia de Fontes, do Concelho de Abrantes.
No entanto, ainda mal a noite tinha partido,
já sete destemidos Exploradores se juntavam na sede prontos para a aventura e, nem mesmo o facto de estarem em número reduzido,
os desmobilizou.
Distribuídos pelos automóveis dos dois
dirigentes participantes seguiram o rumo previamente estabelecido, que só estes conheciam.
Na mochila, apenas pesava o material
estritamente necessário e uma mão bem cheia de vontade de aventuras.
Chegados à povoação do Souto apearam-se e
desceram, a pé e em patrulha, até às Sentieiras, uma pequena povoação que se situa à beira de uma das
“línguas” da albufeira da Barragem de Castelo do Bode, no meio de uma paisagem paradisíaca,
que quem não conhece, não sabe o que perde!
Depois de um breve lanche e de mais umas
quantas brincadeiras em conjunto, lá seguiram viagem, orientando-se pela bússola e pela carta topográfica, até ao Carrapatoso, para
descerem, novamente, até ao Rio Zêzere, na zona do Barro, para ali almoçarem e inventarem mais uns quantos jogos e
brincadeiras.
Quando chegaram à pequena aldeia de Bairrada, já alguns habitantes locais os aguardavam para, em conjunto transformarem a atividade de modo a reforçarem as excelentes oportunidades de aprendizagens, consolidação e de relação previstas.
A Associação de Melhoramentos “Os Amigos da
Bairrada, Carrapatoso e Vale da Bairrada” disponibilizou a sua sede, a antiga escola local, para que
os escuteiros ali se pudessem abrigar e pernoitar.
A partir daqui todos os Exploradores passaram
a conhecer as gentes amigas, daquela região e a sua enorme generosidade, na partilha do
que têm.
Os nomes de cada um dos seus novos amigos foram aprendendo relacionando-os
com as muitas ofertas que receberam.
A Fátima e a Sandra Gaspar trouxeram logo uns
aquecedores, porque os "meninos podiam estar com frio"; A Maria dos Anjos foi confecionar uns deliciosos doces: arroz doce, broas e pudim Flã; A Fátima Gaspar também
ofertou um pudim; A Alice Rosa e a Maria Gaspar ofereceram chouriços para assar
e também para a confeção do saboroso Pão com chouriço, no forno; A Fátima
Santos trouxe uma galinha caseira, para que se fizesse uma deliciosa e retemperante canjinha e ainda juntou a oferta de
ovos caseiros; A Nélia trouxe fruta, sumo, bolos e rissóis...
Em conclusão: foi uma atividade de barriga cheia!
O casal Joaquim e Sandra Gaspar convidaram os
jovens escuteiros para os acompanharem na confeção de pão e estes nem se fizeram esperar. Arregaçaram
as mangas e depois de as lavarem bem deitaram as mãos à massa.
Conheceram todo o "ciclo do pão" e
ainda a forma de prepararem o forno para o cozer e, no final, até lhes pareceu que
nunca tinham comido pão tão saboroso
Para o jantar chegou, então, a tal canja confecionada
com a galinha ofertada e no almoço do dia seguinte, para além das normais
receitas escutistas, ainda comeram caldo verde com chouriço, bem à moda portuguesa.
Entre pistas, histórias e jogos, a noite
chegou e o sono deles se apoderou!
No domingo levantaram-se cedo, para mais uma caminhada e poderem participar na Eucaristia nas Fontes. Era Domingo de Ramos e presidia à
cerimónia o Senhor Padre Pedro Tropa.
A
chuva vinha e ia conforme as necessidades, pelo que durante as caminhadas ela
nunca se fez notar. Na igreja estavam muitos dos seus novos
amigos, que faziam questão de os identificar e cumprimentar trocando sorrisos.
No final, no relatório da atividade, os Exploradores registaram a seguinte reflexão, que não posso deixar de partilhar:
“Com
esta atividade aprendemos que há pessoas, que dão muito valor ao que têm e
partilham o mesmo...
...Gostámos
desta atividade, porque aprendemos a dar mais valor ao que temos hoje em dia e
explorámos um ambiente, no qual não estamos habituados a estar”!
Eu que já ali trabalhei durante cinco anos nostálgicos compreendo bem este sentimento e o que querem manifestar estas palavras e, por isso, subescrevo-as na integra!
No domingo, à tarde, quando chegou a hora do
adeus uma expressão se repetiu mais vezes, entre os seus novos amigos:
“-Voltem sempre que desejarem!”
Da minha parte, não restam dúvidas:
-Voltaremos!
Uma canhota firme e sentida para todos os
habitantes da região da "Bairrada das Fontes", deste vosso amigo
Lobo dos Mourões
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