sexta-feira, 14 de agosto de 2009

ACAREG 2009 Portalegre e Castelo Branco

A Cigarra e os Escuteiros
Acampamento Regional de Portalegre e Castelo Branco

Quando a cigarra voltou àquele lugar, já não o encontrou como dantes. No Parque de campismo do Centro de Ciência Viva de Constância a normal cor verde da Natureza reforçara-se com a cor dos lenços das seis dezenas e meia de Exploradores, da região de Portalegre e Castelo Branco, que lhe pareciam mais irrequietos do que a sua eterna amiga formiga.
Mas também havia lenços de outras cores: amarelos, da cor do Sol, azuis da cor do céu e vermelhos da cor do fogo.
Todos eles serravam e atavam paus curtos e compridos, largos e estreitos, verdes e secos, construindo mesas, bancadas e bancos, para mobilar a sua "nova casa", uma área delimitada por cordas de sisal.

Pensou projectar todo o seu potencial vocal numa das suas canções preferidas, só para impressionar aqueles jovens escuteiros e animar, ainda mais, as suas tarefas, mas logo recuou nas suas intenções, quando ouviu o guia da patrulha Veado, do Agrupamento n.º 172, de Abrantes, o escuteiro Cabrita elevar a sua voz e gritar:
“-Quem tem força e razão?”
Ainda pensou responder, mas acabou por ouvir um coro de vozes afinadas fazê-lo:
“-É a nossa Região!”


Percebeu, então, que estava em companhia de boa gente. Eram "Guardiões da Natureza", escuteiros de Flor-de-Lis ao peito, da Região de Portalegre e Castelo Branco, que participavam no XIV Acampamento Regional e que ela desconhecia, pois o último realizara-se em 2001, ainda ela não tinha nascido…
Batendo as asas abeirou-se do placar informativo e leu os nomes, dos Agrupamentos participantes:

“-Abrantes, Chainça, Castelo Branco, Cebolais de Cima, Portalegre, Proença-a-Nova, Rossio ao Sul do Tejo, Santa Margarida, Sertã, Tramagal…” e terminou como que anunciando um grande prémio da lotaria – “Cento e noventa escuteiros” .
Saltando de árvore em árvore observou como todos os outros trabalhavam: alguns dedicavam-se a montar as tendas, outros atavam paus com sisal, outros faziam um aromático refogado...
“-Que pena taparem o tacho! Sempre poderia ajudar a provar!” – pensava ela com os seus anéis, mas logo concluia: “– É melhor não! Não me aconteça a mim o que aconteceu ao João Ratão”.
Alguns escuteiros, os de Rossio ao Sul do Tejo juntavam-se e gritavam batendo o pé no chão:
“O grupo é amigo… o grupo está unido… o grupo está contigo…”
De facto pareciam ter razão, pois todos sorriam uns para os outros. Até lá estava um escuteiro, dono de um extenso e encaracolado bigode, que visitava cada campo transportando na face um constante e simpático sorriso. Ouviu dizer que era o Chefe Nacional Carlos Alberto Pereira e que também acampara por ali. Aliás, no penúltimo dia até o Senhor Bispo de Portalegre e Castelo Branco, D. Antonino Dias visitou o campo e presidiu à eucaristia.


A cigarra continuou por ali a magicar sobre tudo o que via. Parecia-lhe que, embora não sendo formigas, os escuteiros imitavam-nas bem caminhando em fila e em grupo, cada vez que saíam e trilhando caminho como elas.



Nos seus voos em redor desta estranha Irmandade da Flor-de-Lis observou-os transpondo, de barco, o calmo e sereno Rio Tejo; brincando nas águas límpidas e frias do Rio Zêzere; ora nadando e mergulhando, ora andando de canoa; visitando exposições, parques e o Castelo de Almourol; visualizando planetas e constelações através de uns "tubos brancos", um deles o maior do nosso país e que pertencem ao Centro de Ciência Viva… Só de os ver nesta grande azáfama diária, a cigarra sentia a sensação de um leve cansaço, que se apoderava dela.
Numa das noites viu todos os escuteiros reunirem-se em torno de um “lampião” para partilharem as emoções das aventuras vivenciadas durante aquela semana: Imitaram-se uns aos outros, dançaram, riram e cantaram. Sentiu-se, então, entre os seus. Toda a gente sabe que as cigarras só gostam de cantar e as formigas de trabalhar, mas os escuteiros são diferentes, pois sabem trabalhar, cantar e animar.
“-Quem me dera ser escuteira!” – pensou a cigarra enquanto se aninhava num tronco de uma árvore, procurando o calor e o amor da mãe Natureza, sentindo-se tranquila e segura, pois também já aprendera que o escuta “protege os animais e as plantas”!
Dois dias depois, quando a cigarra acordou naquele mesmo lugar, já não o encontrou como dantes. O Acampamento Regional de Portalegre e Castelo Branco tinha terminado. Realizara-se entre os dias 3 e 9 de Agosto de 2009 e, naquele dia, todo o espaço utilizado estava vazio, limpo e arrumado. Até parecia que ninguém lá tinha acampado, o que levou a cigarra pensar que havia sonhado.
Mas, nessa altura, não muito longe daquele aprazível lugar, já em suas casas, os jovens escuteiros contavam e recontavam, entusiasmados, todas as suas aventuras no ACAREG. Quem os ouvia, já perdia a paciência, por escutar tantas repetições.
“-Já me contaste essa…” cortavam secamente, até à exaustão enquanto não proferiam a última exclamação:
“-Mas porque é que não voltas para lá?!”
"-Posso? Quando houver outro irei!
Uma canhota firme e sentida deste vosso amigo "contador de histórias"
Lobo dos Mourões

PS. O Chefe Américo encontrou um insecto numa esteira de um dos campos, que o Chefe Janeiro identificou como sendo a cigarra desta história. No entanto, segundo o Sr. João Pereira, um visitante, o insecto encontrado seria um grilo verde. Ora, a ser verdade havia outro observador em campo e, consequentemente haverá outra história para cricrilar!

3 comentários:

André Silva disse...

Olá Bravos Exploradores
Só quero dizer que adorei ter feito parte desta história da cigarra e de ter estado estado nestas semana com exploradores tão bravos e animados.
Ah e já agora aproveito para fazer uma restificação em relação ao guia da veado de abrantes. É que ele apesar de ter nome de animal cham-se Cabrita e não barata eheh

Só me resta desejar que continuem sempre com o mesmo entusiasmo que demosntraram nesta semana. E que continuem assim ou ainda com mais entusiasmo no próximo ano que se avizinha eheh.

Canhotas
O caminheiro André
Urso Sensato
Agr.172 Abrantes

Anónimo disse...

Olá André
Que fiasco e ainda por cima só agora li ehehehe...
Eu sabia que era o nome de um animal.
Tarde mas vou rectificar.
Volta sempre
Lobo dos Mourões

Anónimo disse...

O que andam para aqui a dizer de mim sem eu saber

Canhota
Pioneiro Joao Cabrita
Veado Indeciso
Agr.172 Abrantes

Noites de Campo

Contactos: exploradores697@gmail.com

NOITES de CAMPO

(tenda ou abrigo natural)

Insígnia
de Amarela (75 noites) -
Castanho
Insignia de Branca (50 noites) - Vermelho
Insignia Castanha (25 noites) - Azul

M. Prates 56
Sofia G. 52
Sara Peq. 47
Inês G. 45
MadalenaG 43
Joana Pr. 40
Joana Fe. 33
João Mira 30
Jennifer 29
RMarques 28
Laura Mad. 24
Afonso Pl. 20
Afonso Gr. 11
Leonor 4
Mara Silva 3
Rodrigo 2


Arquivo do "Ranking" da Secção dos Exploradores, dos últimos anos

1º Sofia Oliveira 99; 2º Catarina Oliveira 98; 3º João Morgado 83; 4º Thalles Oliveira 73; 5º Kevin Navalho 72; 6º Francisco Gonçalves 70; 7º Diogo Graça 66; 7º Ana Rita Mendes 66; 9º Filipa Neto 62;10º Igor Gaspar 58; 11º Jéssica Silva 57; 12º Margarida Prates 56; 13º Sofia Gonçalves 52; 14º Afonso Gaio 49; 15º Sara Pequeno 47; 16º Inês Gonçalves 45; 17º Rita Fangana 45; 18º Madalena Gonçalves 43, 18º Rita Galvão 43; 20º Inês Neto 41;21º Joana Sousa 41; 22º Joana Pratas 40, 23º Filipe Duque 39; 24º Ana Ferreira 37; 24º Joana Fangana 37; 26º Joana Fernandes 33; 27º Mariana Mendes 31; 28ºJoão Mira 30; 28º Rita Estrela 30; 29º Jennifer Navalho 29; 30º Duarte Pombo 29; 32º Rita Marques 28; 33º Adriana Sanches 27; 34º João Bernardo 27; 35º Duarte Belfo 26; 36º Laura Maduro, 24; 37º Afonso Plaza 20; 38º Ana Sofia Pequeno 19; 39º Maria Inês Albardeiro 18; 40º Afonso Grácio, 11; 41º Guilherme Alves 15; 42º Pedro Brás 7; 43º Raquel Duarte 5; 44º Leonor Anacleto 4; 45º Mara Silva 3; 46º Ana Isabel 3; 47º Cátia David 3; 48º Afonso Marques 3; 49º Rodrigo Caldelas 3; 50º Rodrigo 2; 51º Duarte Vivente 2;

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