Escuteiros de Rossio ao Sul do Tejo:
Na Feira dos Sonhos!
No dia 14 de outubro, debaixo de um céu cinzento e bem borrifado, os Exploradores do Agrupamento n.º 697 de Rossio ao Sul do Tejo regressaram às suas já famosas Feiras da Horta, no Largo da Igreja.
As manhãs em que há "Feiras da Horta" estão sempre cheias de rotinas:
Os carros param antes do "Túnel" e deles saem os jovens escuteiros bem fardados e carregados de sacos atolados de frutas, hortaliças ou bugigangas.
Para muitos é a Feira da Horta, que há uns anos os Escuteiros do Rossio instituíram, como uma das principais iniciativas de angariação de fundos. No entanto, para eles é, também, um portão para os seus sonhos e desejos. É a melhor forma de poderem minimizar as despesas com suas atividades, única forma de poderem participar na maioria delas.
De imediato entram na Pastelaria Tágide e no Café Túnel" ali ao lado, para "recrutarem" umas mesas que colocam, estrategicamente, à porta da igreja, em dia de missa. Desta vez, o Sr. António não abriu o seu supermercado, uma das minas exploradas pelos escuteiros e onde normalmente recolhem sacos de plástico, para os seus fregueses levarem os produtos adquiridos.
Os que passam compram e levam. Os que vão à missa compram e deixam ficar para quando esta terminar. Não ficaria muito bem, a ninguém, entrar na igreja com um saco a abarrotar de dióspiros ou de couves galegas!
Quando a venda começa, começa, também, o problema dos trocos. Aí é vê-los correr em busca de moedas de porta em porta e de bolso em bolso, pois o cliente é que não pode esperar.
Um a um os produtos vão saindo das mesas e ficam então as moedas, que são contadas mil e uma vezes para nada falhar.
As conversas ainda recordam os acontecimentos do dia anterior.
"-Já temos Chefe Regional!!!"
Para muitos até poderia ser um assunto banal e perfeitamente normal, mas para os escuteiros da Região de Portalegre e Castelo Branco era um acontecimento histórico.
Depois de tantos anos órfã de Chefe Regional, eis que tal como se esperava que D. Sebastião regressasse numa manhã de nevoeiro, o Chefe Paulo Silva emergiu do vazio e ousou encabeçar uma equipa, exclusivamente, de gente Abrantina, numa tática de 1-2-2-1 (um de Abrantes, dois da Chainça, dois de Rossio ao Sul do Tejo e um das Mouriscas).
"Foi um dia tão importante, que até o Chefe Nacional veio à cidade de Abrantes!" - recordava o Pedro, que era muito observador - ...e o bispo e a Senhora Presidente da Câmara Municipal de Abrantes..."
A primeira banca já nada tinha, sem que se desse por isso. Os locais gostam dos escuteiros e participam em todas estas iniciativas com gosto e dedicação.
No final destas feiras, quando as portas da igreja se fecham, confirmando não haver mais ninguém lá dentro, os escuteiros pegam nos sacos dos produtos por vender e lá vão vendendo de porta em porta até só restar dinheiro nos sacos.
-Este ano quero ir aos Picos da Europa!- Afirmava um escuteiro enquanto tentava vender seis cenouras a um primo seu.
Quando o largo sossega lá retornam a casa com o orgulho do dever cumprido.
-Da próxima vez trago mais laranjas... - Ainda ouvi um dos mais pequenos afirmar.
Até lá fiquem com uma canhota firme e sentida deste vosso amigo
Lobo dos Mourões
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