Na expedição de Santo António, do Agrupamento de Escuteiros n.º 697 de Rossio ao Sul do Tejo, quando há necessidade de angariar fundos, para a viabilização de uma qualquer nova aventura há sempre uma proposta que é alvitrada, aprovada e apoiada por todos os jovens escuteiros: "Organizamos uma Noite de Fados".
Claro que nos acompanha a sorte de termos os recursos necessários... e dos melhores. São amigos que não nos falham nestas ocasiões e que se prontificam a enriquecer estas atividades de angariação de fundos esmerando-se "no cantar", trazendo ainda mais amigos para ajudar e amigos que oferecem as condições físicas e materiais, para que tudo possa resultar e agradar.
Assim aconteceu, mais uma vez, no passado dia 9 de Junho de 2011. A proposta foi lançada e partilhada e, como sempre emergiu naturalmente:
A sempre disponível família "Botto" emprestou o edifício onde em tempos funcionou o conhecido "Bottos Bar" e que dispõe das melhores condições para promover estes e outros eventos do género; o "triunvirato", formado pelas três senhoras mais antigas do "Conselho Permanente de Pais", Esperança Lamaroso, Laurinda Mendes e Cristina Graça, desta vez com o reforço de Conceição Piedade prontificaram-se e foram, como sempre nas iniciativas dos escuteiros do Rossio a verdadeira "âncora" da atividade; os fadistas, eram "reincidentes" neste tipo de iniciativas, João Guiomar, Tina Jofre, Paulo Rito e Raul Caldeira, este último também exímio apresentador e declamador maravilharam, "arrebataram" e fidelizaram todos os presentes a este género musical tipicamente português, que em tempos idos foi transportado pelos nossos destemidos marinheiros dos lados de Inglaterra. Para esta "missão" ainda trouxeram dois excelentes "reforços" - Vasco Serras e Elvira Roldão - que vieram acrescentar ainda mais brilho à noite; o público e os amigos dos escuteiros que, contra todas as previsões e vaticínios dos habituais "Velhos do Restelo", aqueles que, especados na costa veem as naus partirem, navegarem e regressarem vitoriosas, acorreram em massa e preencheram a magnífica sala do "Bottos Bar".
Quando a luz se "apagava" o silêncio era arrebatador, a concentração tomava conta de todos e a acústica da sala funcionava em pleno. De vez em quando um coro de vozes erguia-se seguro e afinado acompanhando o fadista de serviço, demonstrando estarmos perante um público conhecedor e "amante do fado".
Aos poucos os jovens escuteiros, embalados pelos fados e pelos dedelhados dos guitarristas Joaquim Rocha e Alex Silva foram "acostando às docas". Não tinham parado a noite toda servindo às mesas e, aos poucos, o sono apoderou-se deles. Estavam felizes e realizados com mais um sucesso, em que aliavam a necessidade de reun ir um bom pé de meia a uma animação coletiva que implicasse descontração, paz e relação.
Por certo, um profundo sentimento de gratidão pelos muito amigos que colaboraram nesta iniciativa e que possibilitaram a consecução dos objetivos inicialmente propostos acompanhava-os envolvendo cada um dos seus sonhos.
Por mim faço minhas as palavras de Linde, mãe de um escuteiro e de origem brasileira, que no final confidenciava:
"Fiquei fã do Fado"!
Ao som da viola e da guitarra deixo para todos vós uma canhota firme e sentida
Lobo dos Mourões
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