Com um imaginário construído na base da conhecida Lenda dos “Olhos D’Água” do nascente do Rio Alviela, os quase quinhentos Exploradores, de vinte e nove Agrupamentos “esvoaçaram” por ruas e travessas de Alcanena, à procura de morcegos.
Este evento encheu de alegria e entusiasmo toda a organização. Nunca houvera tantos Exploradores juntos num encontro similar, na Região de Santarém e muito menos no Concelho de Alcanena. A alegria era contagiante, de tal forma que várias vacas que pastavam nos campos contíguos ao Parque de Campismo dos Olhos D’Água não resistiram a vir espreitar o acampamento.
O pastor, esse esteve atarefado dando ordens a dois pequenos cães que maravilharam, os escuteiros com a sua arte de reunir gado e retirá-lo daquela zona.
Mas se os Jovens gostaram de ver as vacas junto às suas tendas, já o dono das vacas não apreciou nada ver os escuteiros perto das vacas quando atravessaram os seus terrenos, numa tentativa de encurtar caminho. Quando os avistou logo “decretou” a proibição de atravessamento, quando retornassem ao acampamento, vindos de Alcanena, onde fizeram um pequeno Jogo de Cidade e animaram uma Eucaristia no Centro Jubileu.
Cansados da caminhada, do campo até à cidade, do jogo efectuado durante toda a tarde e das brincadeiras naturais de quem é jovem cheio de vida, o grupo foi obrigado a regressar, contornando, não só o terreno como também o mau génio do dono da quinta, vindo por um caminho muito mais longo, lutando contra o frio, o cansaço e o sono.
No dia seguinte, todos estavam recompostos e felizes. Os jovens porque estavam de novo em actividade efectuando os seus habituais jogos e o Senhor das Vacas porque ninguém o “molestou”.
A manhã, do segundo dia passou num ápice, entre pontes Himalaias, slides, jogos e caminhadas. Por coincidência a Câmara Municipal de Alcanena tinha programado algumas actividades radicais junto ao rio Alviela e os escuteiros puderam usufruir de mais essa animação.
Foram dois dias com actividades para três ou quatro e que passaram tão depressa, que mais pareceram apenas um.
Temos que dar razão ao povo quando diz: “Tudo o que é bom acaba depressa!”
A alimentação para tanta gente, apesar de difícil teve a participação empenhada e “profissional”da equipa da logística da Junta Regional, sabiamente “comandada” pelo Chefe Carlos Casaca, que veio dos lados da Sopa de Pedra. Ele chegou, contou os lenços presentes puxou pela cabeça e agiu em conformidade: multiplicou, comprou, cortou, separou, confeccionou, mas só provou, porque para ele não chegou… pois com ele não contou! Mas os bravos exploradores ficaram bem, como convém!
O encerramento teve a participação, tal como a abertura, da Senhora Vice Presidente da Câmara Municipal de Alcanena, Dra. Maria João Gomez, do sempre presente Chefe Regional, Paulo Francisco e do seu Adjunto Luís Pedro e da dedicada equipa de Animação da Secretaria Regional dos Exploradores da Junta Regional de Santarém. Com a colaboração da Caminheira Isabel Pereira do Agrupamento de Rossio a Sul do Tejo cantou-se em coro e de modo afinado, talvez para não traumatizar as vacas, o Hino da Actividade “Quero Acampar à Beira d´água …”.
Os prémios, mais três obras do grande amigo dos escuteiros Fernando Alves, foram entregues entre sorrisos e firmes canhotas às patrulhas vencedoras oriundas de Benfica do Ribatejo, Rio Maior e de São João da Ribeira.
Foi um acampamento para mais tarde recordar e com um novo record de participações para ultrapassar, numa próxima oportunidade.
No caminho de regresso a casa, ninguém deixou de trautear, com saudade e até (se) cansar, o Hino da actividade: “…ver os morcegos de noite acordados!”
Lobo dos Mourões
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