Escuteiros de Rossio ao Sul do Tejo:
"O caminho faz-se caminhando!"
Nos dias 6, 7, 8 e 9 de fevereiro, de 2016, os Exploradores da Expedição de Santo António, do Agrupamento de Escuteiros n.º 697, do Corpo Nacional de Escutas, realizaram a terceira edição do seu arrojado raide a Fátima, assumindo nele a sua fé, e seguindo novas pistas, de modo a aprenderem, em conjunto, a ultrapassar obstáculos, desânimos e privações, mas também a cativarem novos amigos, com quem partilhar o seu sorriso e felicidade, de acordo com a oitava lei que Baden Powell lhes deixou em legado: "O Escuta tem sempre boa disposição de espírito", assumindo a sua fé, como o mesmo Baden Powell preconizou, no primeiro princípio do escutismo, enquanto escola de formação integral de jovens, que fundou há mais de cem anos: "O Escuta orgulha-se da sua Fé e por ela orienta toda a sua vida".
E porque, tal como Antoine de Saint-Exupéry refere no livro “O Principezinho”, obra que serve de mote às atividades do Agrupamento de Rossio ao Sul do Tejo, no presente ano escutista, "O verdadeiro Homem mede a sua força, quando se defronta com o obstáculo", não houve "escolhos", que os impedissem de viver o que pretendiam; não se vislumbraram "nuvens densas e escuras", que lhes toldassem o olhar, na consecução dos seus objetivos; nem "espinhos aguçados", que os fizessem recuar, ou deixar de progredir…
Foi assim que, vencendo as dificuldades naturais de uma grande “caminhada” chegaram ao seu destino: O Santuário de Fátima!
No dia anterior, o Clã (Caminheiros) também caminhou até Fátima, embora tenha efetuado uma primeira etapa de comboio, até ao Entroncamento; A Comunidade (Pioneiros) partiu para os lados de São Domingos e a Alcateia (Lobitos) ficaram-se pelo Parque Tejo, em Rossio ao Sul do Tejo, embora também tenham experimentado o "sabor" da aventura numa caminhada pelo "Trilho do Tejo" desde o Tramagal, até Rossio ao Sul do Tejo, depois de também terem viajado de comboio até à estação desta vila.
Aparentemente, coube à Expedição (Exploradores) a tarefa mais arrojada, a de "palmilhar" cerca de 80 Km, com a mochila às costas e a vara na mão.
Mas muitos foram os seus amigos, que lhes facilitaram a vida e os ajudaram a concretizar este seu projeto. Desde a partilha do mapa, contendo um percurso diferente dos anteriores, mais curto e mais seguro, num convívio, quase permanente, com a natureza e distante das estradas mais movimentadas, aconselhado pelo seu amigo José Oliveira; passando pelo fornecimento dos jantares, previamente confecionados pela sua amiga "Dade", com a ajuda de uma das mães dos Exploradores, Carla Almocim e transportados por outros familiares destes pequenos peregrinos (Famílias Dias, Maduro e Onofre); aos locais cedidos para os seus acantonamentos, na aldeia de Roda Grande, na Associação de Melhoramentos, Cultura e Recreio da Roda Grande, através de um dos seus membros fundadores, o Sr. Arsénio Moço e no Centro Paroquial do Casal da Aldeia, com a intervenção amiga do senhor padre Luís Maurício e de alojamento, no Acolhimento ao Peregrino São Bento Labre, em Fátima, com a intervenção do Assistente do Agrupamento 697, Padre Adelino Cardoso, que fez questão de os acompanhar na bênção inicial, à partida da sua sede, em Rossio ao Sul do Tejo e, ainda, na Eucaristia em Casal da Fonte e no jantar, em Casais da Igreja.
O mais difícil poderá ser, conseguir imaginar doze crianças, com idades compreendidas entre os dez e os treze anos, percorrerem quase oitenta quilómetros em três dias, seguindo sinais de pista, muitas vezes por entre mato denso e cerrado, por trilhos completamente alagados, debaixo de uma leve mas constante "murraça", com as botas pesadas com a lama acumulada e ainda terem energia para rezarem o terço na Capelinha das Aparições, na noite do dia da chegada e, na manhã seguinte, não deixarem de visitar o local das primeiras aparições de Nossa Senhora, em Fátima, no lugar dos “Valinhos”.
Só poderiam ser audazes escuteiros! Jovens em crescimento e em constante aprendizagem! (Até deu para conhecer e experimentar várias "picotas", ainda em funcionamento, tantas vezes referidas nas aulas de História) Estes são os escuteiros de Rossio ao Sul do Tejo e do Agrupamento n.º 697 do CNE.
Não ficaria completa, esta pequena crónica, se não deixasse aqui expressa uma última referência, dirigida aos coadjuvantes do Chefe Américo Pereira, os Caminheiros, já candidatos a Dirigentes, Catarina Morgado e Miguel Pereira que, pelo empenhamento e dedicação, que já demonstraram, em particular nesta atividade, denotam reunir as condições necessárias, para poderem assumir a importante missão de serem dirigentes do Corpo Nacional de Escutas.
Uma canhota firme e sentida, deste vosso amigo com os pés ainda doridos de tanto caminhar
Lobo dos Mourões
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