e a sua Padroeira
Foi uma procissão, como a dos “velhos tempos”, segundo se comentava, aquela que no dia 8 de dezembro, feriado nacional, se realizou em Rossio ao Sul do Tejo.
Ainda ma o sino da igreja acabara de assinalar as 14 horas e já se assistia a uma movimentação no Largo da Igreja, muito fora do normal, para uma segunda-feira.
O dia estava bem iluminado, mas por um sol muito envergonhado, pois iluminava, mas não aquecia, como devia!
No largo havia cada vez mais pessoas e todas sabiam ao que vinham. Era um dia de festa e diferente para todos os cristãos e, particularmente, para os da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Rossio ao Sul do Tejo, pois era o dia da sua Padroeira.
Toda a gente se apresentou engalanada e, alguns, com uniformes e lindos trajes, apropriados para o efeito. Vieram os sempre animados escuteiros do Agrupamento n.º 697 do Corpo Nacional de Escutas, os excelentes músicos da banda da Sociedade de Instrução Musical Rossiense, os sempre afinados coralistas do Grupo Coral Litúrgico, dois agentes da Polícia de Segurança Pública e muitos, mas muitos crentes em Nossa Senhora, enquanto mãe de Jesus e também nossa mãe.
Poder-se-ia dizer que o percurso tinha sido o habitual das edições anteriores, mas este, embora cumprindo o mesmo trajeto foi realizado em sentido inverso.
-Deste modo acompanha-se o sentido do trânsito…- explicava o Agente Miguel Bruno a quem muitas vezes os escuteiros ali presentes chamavam “chefe”, por este também ser dirigente no Agrupamento de Escuteiros local, embora naquele momento apresentasse um uniforme diferente e não ostentasse o seu habitual lenço, pelo menos ao pescoço.
Para transportar o andor apresentaram-se quatro voluntários, que não mais o largaram, apesar das insistentes ofertas de mão-de-obra, durante o percurso doloroso.
No entanto, estes quatro autossacrificados apresentavam alturas desajustadas, o que é inconveniente para esta função, o que foi provocando alguns desequilíbrios pelo caminho empedrado, já por si irregular, chegando mesmo a temer-se a queda da imagem de Nossa Senhora.
À passagem da procissão, marcada pelo compasso das caixas e bombos e melodias dos instrumentos de sopro da Banda Filarmónica, mais pessoas se assomavam às janelas e varandas, para saudar Nossa Senhora e, perante ela rezar.
Nas janelas vislumbravam-se lindas colchas bordadas e muitas flores com a cor da paz. Em alguns olhares reconheciam-se lágrimas de amizade, de dor ou de saudade de uma qualquer recordação.
Anteriormente a Eucaristia em louvor de Nossa Senhora havia sido interrompida, já perto do seu final, para se efetuar a procissão e assim se poder levar a bonita imagem, de Nossa Senhora da Conceição, também àqueles que, por uma qualquer razão, não se puderam deslocar à igreja e, só depois do regresso da procissão à Igreja Matriz, o Sr. Padre Sebastião, que aparentava estar feliz, a deu por terminada, agradecendo a toda a gente presente e em particular à Banda, ao coro e ao Agrupamento de Escuteiros!
Depois da igreja arrumada e a imagem no seu altar colocada, alguns elementos do Grupo Coral Litúrgico, ainda fizeram uma revisão ao Oratório de Natal, “Natividade”, que apresentarão no próximo fim-de-semana.
Feliz e por isso sorridente termino esta crónica com um sorriso nos lábios e desejos sinceros de uma Feliz e Santo Natal para todos os leitores deste vosso amigo
Lobo dos Mourões
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