Escuteiros do Rossio:
A intenção dos Cogumelos!
No passado fim de semana de 9, 10 e 11 de novembro, os
escuteiros do Agrupamento de Escuteiros n.º 697 do CNE, de Rossio ao Sul do
Tejo viveram mais uma das suas grandes, felizes e oportunas atividades, com a
realização do já tradicional “Magusto”, na Quinta das Amendoeiras, propriedade da
sua amiga Helena Estradas, que se mantém sempre disponível para apoiar os jovens
escuteiros da terra.
Toda a gente sabe que faça chuva, faça sol, haja frio ou
calor, os escuteiros de Rossio ao Sul do Tejo tudo enfrentam e ultrapassam para
terem as suas vidas mais animadas e cheias de sentido.
No entanto, desta vez, tudo se parecia conjugar para os obrigar
ao cancelamento da atividade. Durante a semana não parara de chover e o céu
parecia não querer saber.
Apesar disso, na sexta-feira, já o Sol, há muito dormia, a chuva amainou e adormeceu
deixando antever o sempre aguardado e abençoado “Verão de São Martinho”.
Foi então que os Caminheiros ousaram enfrentar a noite agreste
e avançar com a sua atividade, para os lados da Quinta da Feiteira, onde
passaram a noite, na companhia dos cavalos daquele Centro Hípico.
Os Lobitos,
Exploradores e Pioneiros ainda aproveitaram essa noite, para se aconhegarem e resguardarem
do frio que a noite transportou, entre os cobertores das suas quentes caminhas.
No sábado, como que em jeito de provocação, o dia acordou sem
uma gota de água e os escuteiros das quatro secções rumaram por caminhos distintos,
até à Quinta das Amendoeiras, orientando-se por cartas topográficas ou seguindo
o guia.
Apenas uma patrulha se atrasou, não porque se perdesse, mas
porque quis usufruir de outras paragens e caminhos, que não estavam previstos.
Pelo caminho os cogumelos erguiam-se por ente a caruma para
os verem passar e com a intenção clara de os protegerem da chuva, caso esta
voltasse, sentindo-se “chapéus de chuva”.
Os cogumelos, bem se esticavam quando os jovens escuteiros passavam
e alguns quase conseguiam elevar-se até… aos tornozelos dos pequenos Lobitos!
Às doze horas começaram a chegar os primeiros pais para a
concentração na antiga adega da quinta, onde decorreria o almoço partilhado e
animado pelos jovens escuteiros com as suas dramatizações, gritos e canções.
A mesa estava decorada com peças de arte angolana, país escolhido
como tema deste encontro, aproveitando o facto de haver angolanos entre a
comunidade Rossiense.
A São, mãe de duas escuteiras do Agrupamento do Rossio ao
Sul do Tejo e natural de Angola era a que mais investia neste encontro. Desde os típicos panos do
vestuário africano que disponibilizou, aos saborosos e picantes manjares de
Angola, tudo tinha a o seu “dedo” e enriquecia a festa.
No final do dia, um antigo caçador de Angola também passou
anónimo pelo local deixando ficar dois dos seus troféus de caça: dois jacarés
embalsamados, para que os escuteiros os pudessem observar e admirar.
Mas “tudo passa tão depressa, quando a vida nos sorri”
parecia querer dizer um pequeno cogumelo escondido atrás de um pinheiro, de
onde observava toda aquela movimentação, quando a noite regressou..
Foi de lá que viu, durante o dia, erguerem-se cerca de duas
dezenas de tendas, algumas construções em madeira e a confeção das refeições,
durante os dois dias do acampamento.
Na noite de sábado foi a vez de uma pequena cobra viscosa testemunhar
por entre as grades de um ralo, no centro da antiga Adega da Quinta das
Amendoeiras, a eucaristia presidida pelo Assistente do Agrupamento, o Senhor
Padre Sebastião.
O felicidade iluminava a cara de todos, mas em particular dos
Pioneiros, pois tiveram o privilégio de confecionar o pão que se transformou em
“Corpo de Cristo” e que foi distribuído na eucaristia embebido no vinho, “Sangue
do Senhor”.
Os cogumelos bem se esticaram, mas não conseguiram ver nada,
pois a noite estava fria e a porta da adega manteve-se fechada durante a
eucaristia. No entanto, ainda conseguiram ouvir as bonitas canções entoadas pelo já
conhecido “Grupo das Festas”.
No domingo, com tudo acondicionado e arrumado, todos
partiram para se prepararem para mais uma semana de trabalho.
Antes, porém ainda houve tempo para entoar os parabéns a três escuteiros que fizeram anos em atividade (Margarida Prates, Miguel Paulo e Pedro Paulo) e deliciarmo-nos com umas deliciosas fatias do seu bolo de aniversário.
No meio de toda esta azáfama, só um cogumelo viu o Chefe
Américo, angolano de nascimento, guardar o que sobrou do "pirão" e da “moamba de
galinha”, que tanto aprecia, para que pudesse prolongar os sabores da sua terra
natal, por mais um ou dois dias. (Claro que poderá sempre matar saudades destes
sabores na Churrasqueira “Três Toques”, cuja proprietária é, precisamente, a
Dona São.)
Por mim podem vir mais iniciativas destas, que eu alinho em todas,
só para depois vos poder contar!
Uma canhota firme e sentida deste vosso amigo
Lobo dos Mourões
Sem comentários:
Enviar um comentário