Expedição de Santo António

Expedição de Santo António:

Um Raid que lentamente surgiu... e que do nada emergiu!

«Sábado, 14 de abril, 16h, Bivaque “Scout Rangers”. Levar mochila com lanches, jantar, saco-cama e colchoneta! Vens?»O tempo era escasso, pois apenas faltavam três dias para a data proposta. No sótão, sentado em frente ao computador esperei, impacientemente, pela reação dos elementos da Expedição de Santo António, que tardava a chegar. As dúvidfas assaltavam-me e já nem sabia se fizera bem em lançar esta desafio, tão em cima da hora. A guia da Expedição de Santo António foi a primeira a reagir:“-Conte comigo, chefe!”Deixei escapar um leve sorriso entre os lábios. Passado algum tempo  lá chegou mais uma inscrição, seguida de outra e mais outra… até se juntar uma patrulha de seis valentes e audazes aventureiros: Francisco, Inês, Jéssica, Rita, Thalles e Tiago.O sábado amanheceu chuvoso e assim permaneceu realçando a desconfiança.
À hora marcada, na sede, os Scouts Rangers juntaram mais duas zagaias, um machado e algum sisal ao restante material e com as mochilas “coladas” às costas partiram, rumo à Quinta das Amendoeiras, entre risos e brincadeiras.A carta topográfica seguia na mão, para indicar a melhor direção.  A meteorologia não lhes era favorável, para arriscarem passar uma noite fora da comodidade dos seus quartos, mas a atividade estava marcada e não se podia desistir. Iria contra tudo o que BP pensava, quando afirmava que “com bom tempo, qualquer burro acampa” ou contra o que eu sempre lhes repeti: “Perante a adversidade o mais fácil é desistir!”.Pelo caminho lá lhes fui recordando as minhas habituais teorias, que ainda convencem alguns, mas que deixam outros, ainda mais desconfiados: “Não chove porque estou cá eu! Alguma vez choveu?”Alguns, ainda tentam rebuscar na memória, algo que possa contrariar este princípio de chefe protegido pelo além, mas sem sucesso:De repente, os olhos de todos fulguraram quando, já na Quinta das Amendoeiras se depararam com um grande aglomerado de ramos retirados das pinheiras à pouco tempo desbastadas. Todos os pensamentos se cruzaram num ápice e a proposta partiu quase em simultâneo:“Vamos fazer um abrigo com estes ramos!”Nunca em tempo algum assisti a tamanha euforia. Com as zagaias e machado na mão, os escuteiros cortaram, puxaram, arrastaram, ataram e montaram um abrigo para os sete hóspedes presentes. Nem deram por passar a hora do jantar!

Com a "cabana" concluída, as mochilasa arrumadas, as colchonetas e sacos-cama estendidos no chão a preceito e o abrigo ficou mais do que perfeito. Depois de jantar ainda fizeram mais um raid até à aldeia do Pego, para solicitarem o empréstimo da aparelhagem do conjunto Street Band, para o "Rock no Rossio", da IX Escapadinha dos Mourões.O seu proprietário, o Sr. Rafael, um grande amigo dos escuteiros do “Rossio” e pai de uma ex-escuteira deste Grupo Explorador aceitou conceder o empréstimo desejado. Com a missão cumprida e agradecida empreenderam o regresso ao abrigo, onde a sua temperatura foi a maior surpresa para todos.-É mais quente que uma tenda! – exclamaram surpreendidos.No céu as nuvens dissiparam-se e o vento serenou, dando lugar a uma maravilhosa noite de sono .No dia seguinte depois de tudo arrumado, de acordo com as regras de um bom escuteiro, “deixar tudo igual ou melhor do que encontraram”  seguiram para a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição onde em oração agradeceram a aventura que viveram.Também não deixaram de agradecer à Família Estrada, a oportunidade que lhes deram de usufruir do maravilhoso espaço da sua aprazível propriedade, nesta atividade.
Uma canhota firme e sentida para todos, deste vosso amigo

Lobo dos Mourões