Escuteiros de Rossio ao Sul do Tejo:
"Uma aventura na Serra do Gerês!"
Escreveu, um dia, Miguel Torga que, "Há sítios no mundo que são como certas existências humanas: tudo se conjuga para que nada falte à sua grandeza e perfeição. Este Gerês é um deles".
Pois foi mesmo neste local que entre os dias 16 e 19 de julho de 2011, a Expedição de Santo António, do Agrupamento de Escuteiros de Rossio ao Sul do Tejo realizou a sua Grande Aventura, nesta serra que é uma das sete maravilhas de Portugal e parte do único Parque Nacional do nosso país: a Serra do Gerês.
No Ano Internacional das Florestas, a escolha dos jovens escuteiros de Rossio ao Sul do Tejo recaiu na maior das atrações naturais de Portugal, pela sua rara e impressionante beleza paisagística; pelo seu relevo acidentado e pela variedade de fauna e flora que apresenta. Características que fazem desta região, um dos últimos refúgios naturais do nosso país, que importa preservar.
Foram vinte e seis, os escuteiros participantes nesta aventura, que montaram a sua base no Parque de Campismo do Vidoeiro, ao som das águas límpidas e frescas do rio Gerês, que o atravessa, rodeados por uma densa e variada arborização, o que lhes proporcionou um contacto privilegiado com a "Mãe Natureza", a tempo inteiro.
Esta atividade também proporcionou uma interação profícua, com escuteiros espanhois e belgas, que com eles se cruzaram, quer no parque de campismo, quer na viagem de comboio efetuada entre Abrantes e Braga, de onde seguiram de autocarro até ao Gerês.
Aproveitando o tempo de viagem, os jovens escuteiros esmeraram-se na aplicação prática dos seus conhecimentos linguisticos, "falando" espanhol, francês, inglês e o internacional "Portuganhol".
Depois das tendas montadas e do material arrumado aproveitaram para se refrescarem nas águas geladas, das piscinas naturais do rio Gerês, mesmo ali à beira do acampamento.
As caminhadas até Espanha, passando a fronteira na Portela do Homem e até à Cascata do Arado passando pelo miradouro da Pedra Bela foram dois dos momentos mais apreciados pelos jovens escuteiros.
Apesar da distância percorrida, até ao local onde o Gerês passa a chamar-se Xurês, passando pela famosa geira romana, com os seus marcos milenares, os jovens aventureiros não desistiram e, no final, tiveram a merecida recompensa de tomarem um “banhinho” em águas quentes, mornas ou frias ("à vontade do freguês"), no Rio Caldo, na Praia Fluvial de “Lobios”.
Depois do jantar já na “base” do Lidoeiro houve um animado Fogo de Conselho, em conjunto com escuteiros Belgas, que só terminou com a chegada da hora do silêncio. No entanto, mesmo depois e em surdina, lá se trocaram e-mails e telefones, talvez para uma futura viagem à Bélgica. Quem sabe!.
A Cascata do Arado foi o objetivo do segundo grande raid. De mochila às costas e com o mapa na mão as três patrulhas, Águia, Cobra e Esquilo partiram serra acima pelo “Trilho dos Currais”. Depois de cruzarem a densa e diversificada floresta e de admirarem a extensa e maravilhosa paisagem do alto do miradouro da “Pedra Bela” refrescaram-se nas águas geladas das pequenas lagoas da Cascata do Arado.
O regresso ao acampamento foi efetuado debaixo de uns constantes e irritantes chuviscos.
Quando a noite chegou a chuva “engrossou” e não permitiu um novo fogo de conselho, já combinado, com outro grupo de escuteiros belgas, acampados no mesmo parque.
No quarto dia o sol nasceu cedo, talvez para poder ajudar às arrumações, começando por secar todo o material, que a chuva, a coberto da noite havia encharcado.
A viagem de regresso a Abrantes proporcionou mais alguns momentos agradáveis de convívio entre todos, e terminou com o reencontro com os familiares, que já os esperavam impacientemente na Estação do Entroncamento.
Antes de terminar esta minha crónica gostaria de recordar que, apesar da importância destas atividades na formação integral dos nossos jovens, elas só são possíveis com a colaboração e solidariedade de muitos amigos, que também importa recordar. Desta vez, entre muitos outros temos a agradecer a sempre pronta colaboração, nas atividades de angariação de fundos, dos pais e encarregados de educação destes jovens; à simpática e generosa família “Botto”; à dedicada e atenta agência “Click – Viagens” e, ainda, à conhecida família Santinho Mendes, da “Gercar-Comércio de Automóveis”.
Esta foi mais uma excelente atividade da Expedição de Santo António que, neste momento, já se prepara para participar, durante a primeira semana do mês de agosto, no Acampamento do Cinquentenário em Portalegre, sem perder de vista a futura descida do Rio Tejo em Jangadas e o encontro, em setembro, com os escuteiros marítimos de Oeiras.
Nessa altura voltarei aqui, para vos dar conta de mais estas emocionantes aventuras, deste ousado e irrequieto Grupo Explorador, que ninguém consegue parar.
Até lá deixo-vos uma canhota firme e sentida, deste vosso amigo que os acompanhará, até que as pernas o permitam...
Lobo dos Mourões
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