Quem as observou nesta estranha posição, não entendeu se seria para soprarem as 171 velas do aniversário da Freguesia de Rossio ao Sul do Tejo, se para soprarem as 95 da Sociedade de Instrução Musical Rossiense, se para as 27 do Agrupamento de Escuteiros de Rossio ao Sul do Tejo, ou se devido à enorme curiosidade, pois não é habitual verem tanto movimento no Hipódromo dos Mourões.
Anteriormente, já tinham registado seis edições da “Escapadinhas dos Mourões”, mas nenhuma com tantos jovens, de flor-de-lis ao peito.
Por “escapadinha” entenda-se qualquer desvio, agradável, do “carreiro”, que corte com a rotina do dia a dia, que tenha uma duração curta e que deixe recordações agradáveis, nos que se escapam. Assim foi com a “Escapadinha dos Mourões”.
Perto de quinhentos escuteiros de quinze Agrupamentos (Alcanhões, Azeitão, Barquinha, Cebolais de Cima, Entroncamento, Estoril, Golegã, Meda, Penedono, Portalegre, Santa Margarida, São João da Ribeira, Tramagal, Várzea e o Agrupamento anfitrião Rossio ao Sul do Tejo) pertencentes a cinco Regiões diferentes do Corpo Nacional de Escutas (Portalegre e Castelo Branco, Santarém, Lisboa, Setúbal e Lamego) passaram o fim-de-semana acampados no Hipódromo dos Mourões, na margem Sul do “Mar de Abrantes”, em Rossio ao Sul do Tejo.
Chegaram no dia 14, já a Lua reflectia a sua luz no espelho de água do Rio Tejo e sem que a maior parte dos Abrantinos, ou mesmo as fataças ali à beira dessem conta da sua presença.
No noticiário do “Rádio Clube das Fataças”, por certo um qualquer muge locutor teria alertado, em linguagem de peixe:
“- Hoje a tranquilidade deste lugar foi abalada, com a chegada de grandes “cardumes” de escuteiros! Acabou-se o sossego! Vamos partir para o Mondego!
Claro que, como puderam observar depois, a animação dos jovens escuteiros não implicou qualquer quebra no sossego habitual. Só a movimentação foi maior e diferente.
Na Cerimónia de Encerramento, Celeste Simão, vereadora da educação referiu-se a isso mesmo quando observou, que depois de três dias de permanência no Hipódromo, os escuteiros deixavam-no “melhor do que o encontraram”, como ensinou Baden Powell, fundador do Escutismo Mundial.
No segundo dia, ainda mal o Sol tinha cumprimentado a manhã e já todos se apresentavam com os seus púcaros, para o pequeno-almoço, pois aguardava-os novas caçadas (Lobitos) e aventuras (Exploradores). Na cozinha o Conselho de Pais (reforçado) não perdia tempo na confecção das refeições necessárias, para satisfazer tantas bocas "famintas".
Os dirigentes depressa arregaçaram as mangas e logo se posicionam em diferentes locais da cidade, para os receberem com jogos e desafios, que os jovens escuteiros tanto apreciam. Ali toda a gente se interajuda, pois a "Escapadinha dos Mourões" é “(…) a oportunidade da verdadeira amizade”. Alguns vêm pela primeira vez, mas é como se se conhecessem à muitos anos.
Em cima de uma prateleira do secretariado avistavam-se os troféus em disputa. O “Varino Dourado” é sempre o mais cobiçado e desta vez foi, brilhantemente, conquistado pela patrulha Morcego, do Agrupamento do Estoril, com um primeiro lugar no jogo de cidade e um segundo lugar no raid.
As Patrulhas Touro, da Golegã e Águia de Portalegre obtiveram os segundo e terceiro lugares da Classificação Geral.
A Patrulha Coruja da Várzea ainda venceu o Raid, mas não conseguiu manter a mesma classificação no Jogo de Cidade, onde terminou em quarto lugar, a par com a Patrulha Esquilo de Rossio ao Sul do Tejo.
Os Lobitos, mais pequenos tiveram as suas actividades confinadas à Freguesia de Rossio ao Sul do Tejo, enquanto os Exploradores “treparam” encosta acima até à centro da Cidade de Abrantes.
A “Festa Escutista” realizada na noite do segundo dia foi um dos momentos mais animados e divertidos do acampamento, muito graças ao dinamismo do Chefe de Agrupamento de Azeitão, que com reconhecida mestria o orientou e dinamizou.
O Grupo “ELI Angels” voltou a reunir-se no palco para entoar o Hino da Escapadinha. A música foi o tema escolhido para este reencontro, pelo que antes da tradicional foto de família, obtida na rotunda da ponte, a Banda do Rossio irrompeu pelo relvado entoando diferentes melodias.
Antes já tinham colaborado no tradicional jogo de cidade, emprestando um músico a cada posto, para que os escuteiros detectassem a nota falsa.
O momento foi aproveitado para cantarem os parabéns aos aniversariantes.
De parabéns também estavam todos os que contribuíram para o sucesso da VII edição da Escapadinha dos Mourões, em particular os Pioneiros e Caminheiros “da casa”, que desde a primeira hora se interessaram, apoiaram e dinamizaram a acção dos Lobitos e dos Exploradores.
No próximo ano haverá mais e alguns agrupamentos já se fizeram convidados. É assim entre verdadeiros amigos. Pois estes não procuram razões para faltarem, mas sim pretextos para se reencontrarem.
Foi assim a “VII Escapadinha dos Mourões”, um “…mar de emoções”.
Alguns escuteiros partiram entre abraços e beijos, mas deixaram ficar mochilas, calçado e roupa, entre outros pertences. Esquecimento? Não, apenas para reservarem o seu lugar na VIII Escapadinha dos Mourões, em 2011.
-Até logo! - Gritaram as tainhas chapinhando no rio.
Uma canhota firme e sentida deste vosso amigo, a jogar em casa,
Lobo dos Mourões
Sem comentários:
Enviar um comentário