Escuteiros de Rossio ao Sul do Tejo:
À redescoberta da Madeira!
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Doze anos depois, a Expedição de Santo António, do Agrupamento de Escuteiros nº 697 do CNE, de Rossio ao Sul do Tejo regressou à Madeira, para mais uma das suas Grandes Aventuras.
Da primeira vez, em 2004, a maioria destes escuteiros ainda nem haviam nascido e apenas três dos adultos que participaram agora, estiveram neste Arquipélago na altura: O candidato a dirigente Miguel Pereira, no seu primeiro ano como Explorador e que, posteriormente, já lá voltou, mas integrado em atividades da IV secção, a Dona Natividade Barrento, que integrou a comitiva enquanto membro do Conselho Permanente de Pais e o Chefe Américo Pereira, que já na altura era o Chefe de Unidade e também responsável pela iniciativa.
Segundo este dirigente quando se promove participação dos jovens escuteiros, quer na construção do Plano Anual de Atividades, quer na seleção das iniciativas que o devem integrar, correm-se estes “riscos saudáveis”.
À conta desta atitude promotora de aprendizagens integradas, o Chefe Américo já acompanhou a Expedição de Santo António, duas vezes à Madeira, duas aos Açores, duas aos Picos da Europa, duas à Serra do Gerês, três à Serra da Estrela…
Na base do Método de Projeto, do pedagogo Celestin Freinet, Baden Powell, fundador do Escutismo, que celebrizou a sua célebre frase “Ask the boy”, defendia que só fazendo e cometendo erros, a criança pode aprender, na base das suas próprias experiências.
No início do ano escuta, na fase da “Escolha”, de entre as diferentes propostas apresentadas no Conselho de Expedição, os Exploradores aprovaram a que acabaram de realizar: “Uma Grande Aventura na Madeira, nas Férias da Páscoa”.
Mesmo parecendo impossível, avançaram todos para a segunda fase do método de projeto, com o apoio incondicional do responsável pela “Expedição”, que aplicava, deste modo, outro dos princípios da psicologia da educação: o “Efeito de Pigmalião”.
Como o Chefe Américo costuma repetir aos seus escuteiros “Eu acredito que conseguimos. Até podemos ir à Lua se quiserem, só teremos que trabalhar para tal!”.
A segunda fase do projeto, a “Preparação”, foi a mais complicada, pois deram-se conta das dificuldades, que esta proposta lhes trazia, principalmente no tocante à angariação de fundos, em tempos de “crise”.
O que é certo, é que no dia 30 de março, de 2016, quinze Exploradores iniciaram a terceira fase do Projeto, a “Realização”, partindo da sua sede, a caminho do Aeroporto da Portela, no autocarro da Câmara Municipal de Abrantes, cedido gratuitamente pela edilidade e guiado pelo sempre simpático motorista, o Sr. Manuel Nunes.
O que se seguiu, nem bem contado, conseguiria refletir a realidade, pela movimentação, relação, conhecimento e riqueza, de tudo o que se fez em quatro dias intensos, vividos na ilha da Madeira.
Com o apoio do sempre disponível e simpático Chefe Lino Teixeira, que arrastou consigo alguns elementos do Agrupamento n.º 420 de Nazaré (Funchal), no qual exerce o cargo de Chefe de Agrupamento, que muito contribuíram para facilitar e valorizar a estadia dos seus amigos do “Cont’nente”.
Foi com eles que visitaram museus, ruas e praças, povoações e locais turísticos, aprenderam tradições e costumes do povo local, aprofundaram conhecimentos históricos aprendidos nas escolas, provaram iguarias locais, caminharam pelas “levadas”, explorando a flora local em particular as “Laurissilvas”...
Foi com eles e viajando no autocarro da Câmara Municipal do Funchal, que conheceram Santana e as suas casas típicas, Ribeiro Frio, Machico, São Vicente e as sua grutas vulcânicas, Porto Cruz, Ribeira Brava, Ponta do Sol, Calheta…
Foi com eles que sentiram as pernas a tremer de medo, no alto do miradouro transparente do Cabo Girão, a mais de quinhentos metros do nível do mar…
Foi com eles que chegaram ao teleférico, que os levou ao Monte, onde puderam observar os famosos “Carros de Cesto” deslizando por um, percurso de ruas inclinadas.
O caminheiro Tiago Fournier, do Agrupamento local, mostrou dotes de um verdadeiro e competente guia turístico, mostrando conhecer a região e a sua história, como mais ninguém, assim como a também candidata a dirigente Nélia Ornelas, que parecia ter pilhas daquelas dos anúncios, que nunca acabam. Mais comedido foi o CD João Camacho, que aparecia, sempre que era necessário mais um motorista.
No final ninguém entendeu bem se era maior a vontade dos escuteiros rossienses de ficarem por lá, em companhia dos seus novos amigos, ou se a dos escuteiros locais de acompanharem os continentais no seu regresso, tal foi a relação estabelecida.
Foi mais uma atividade que ficará na memória de quem a viveu.
Natividade Barrento, que providenciou, com o seu ajudante Miguel Pereira, toda a alimentação destes dias, concluiu assim a sua participação:
"-Ó chefe, quando houver mais coisas destas conte comigo!
A dirigente Crisalda Gonçalves, que acompanhou a Expedição nesta sua aventura, ficou com um desejo na retina: Levar os seus Lobitos a viver uma aventura destas, num futuro muito próximo! Se assim for irei também!!! (Espero que também me convide!)
Uma canhota firme e sentida deste vosso amigo com olhos arregalados de tanta beleza vista e revista
Lobo dos Mourões