Scout
Rangers: Em Fátima!
No
fim de semana do Carnaval, no Agrupamento de Escuteiros, n.º 697, de Rossio ao
Sul do Tejo assistiu-se a mais uma das naturais debandadas, dos seus escuteiros, que
buscam, incessantemente, novas e estimulantes aventuras.
Desta
vez, aproveitando a pausa letiva que esta quadra festiva ainda proporciona aos
estudantes, alguns dos jovens escuteiros desta localidade separaram-se
por diferentes iniciativas e atividades: A Alcateia (Lobitos dos 6 aos 9 anos)
e a Comunidade (Pioneiros dos 14 aos 17 anos) participaram no conhecido acampamento
“Margaridas”, que se realizou no Parque de Ciência Viva de Constância e os
Exploradores (escuteiros dos 10 aos 13 anos) rumaram, em peregrinação e a pé,
até ao Santuário de Fátima.
Para
estes últimos, esta foi mais uma das atividades, que pelas suas características
é apelidada de “Scout Rangers”. As atividades assim conhecidas são sempre mais complicadas
e os seus desafios muito mais difíceis de superar.
No
sábado, dia 9 de fevereiro, a coberto do nevoeiro e expirando “fumo” partiram
para a primeira etapa de uma caminhada tripartida.
À porta
da sua sede receberam a bênção do Senhor Padre Sebastião, Assistente do
Agrupamento e depois lá partiram com as respetivas mochilas às costas e as
varas seguras na mão.
A
primeira etapa da expedição de Santo António teve início em Rossio ao Sul do
Tejo e terminou na sede da Associação de Pescadores de Tancos.
Pelo
caminho ainda sobrou fôlego para se divertirem na zona ribeirinha de Constância
e tirar algumas fotografias junto à estátua do grande poeta Luís de Camões, que
deu o nome ao raid do primeiro dia de atividades.
Depois
de uma noite de descanso merecido voltaram à estrada para mais uma etapa, em
que passaram por Vila Nova da Barquinha e onde não resistiram aos aparelhos
colocados no Parque de Escultura Contemporânea Almourol.
As
brincadeiras alargaram-se no tempo, mas a caminhada teve de prosseguir.
Já
no entroncamento, junto a uma locomotiva com mais de cem anos almoçaram e
retemperaram as forças para continuarem a viver mais aventuras excitantes. Esta
segunda etapa ficou conhecida pela “Murraça”, pois choveu todo o caminho, a
partir do almoço, até chegarem a Torres Novas, ensopando tudo e todos.
Valeu-lhes
o banhinho quente e o aconchego do salão no quartel dos Bombeiros Voluntários
Torrejanos que simpaticamente os acolheram, na segunda noite da atividade. Foi
neste mesmo local que, embalados pelo barulho constante da chuva e pelo arrulhar
dos pombos abrigados pelo mesmo telhado, que todos passaram a noite
tranquilamente.
Entre
banhos, relatórios, confeção das refeições, execução dos relatórios diários e
dormidas, depressa chegou o terceiro dia de atividades.
O
terceiro dia era aguardado com algumas reservas. Todos aparentavam algum receio,
pois já todos tinham ouvido falar da famosa subida do Pafarrão, o Adamastor dos
Peregrinos e das intermináveis retas até Fátima.
No
entanto todos os desafios foram superados e ainda a noite descia sobre todos
eles, quando o objetivo maior foi, finalmente, alcançado: Chegaram a Fátima.
Na
casa de Acolhimento de São Bento de Labre puderam, finalmente, descansar em
camas com lençóis e cobertores e trocar o habitual soalho por um colchão.
No quarto dia desceram ao
Santuário, onde, para além de acenderem várias velas e rezarem a Nossa Senhora
de Fátima, pelas suas intenções particulares, três escuteiros realizaram as
suas promessas de Exploradores.
Se há atividades que nunca serão
apagadas totalmente da memória, esta será uma delas, pela sua envolvência,
sentido e complexidade.
Já no regresso a casa, querendo
vencer a pestana que teimava em querer encerrar esta aventura, muitas foram as
histórias contadas e recontadas, sobre aqueles doze Exploradores que, com
coragem e persistência, viajaram cerca de 70 quilómetros, vivendo uma grande aventura
a caminho de Fátima.
Claro que, como não podia deixar
de ser, eu também aproveitei a “boleia” e fui com eles até ao fim, para vos
poder contar o que vi e senti.
Uma canhota firme e sentida
Lobo dos Mourões